“O pecado mora nos detalhes”. Esta é uma frase famosa, cujo autor não foi identificado, mas que exemplifica bem o assunto que abordaremos logo abaixo, a seleção de cor da resina a ser utilizada em procedimentos dentais.
Acertando o detalhe da cor correta, o profissional poderá reproduzir as características ópticas e anatômicas apropriadas.
De forma que tal procedimento gere aceitação no paciente e funcione como uma propaganda do seu trabalho.
Em contrapartida, a escolha errada poderá dar a impressão de um trabalho mal feito e desarmonioso.
Justamente por ser um detalhe tão importante e crucial, trouxemos algumas dicas para ajudar o profissional na hora da escolha da cor da resina, leia com atenção e se destaque dos demais profissionais.
Quais os critérios na seleção de cor em Odontologia?
Sabe-se que primordialmente o profissional busca um resultado mais semelhante possível com o estado natural do dente do paciente.
Dessa forma, é necessário que o dentista faça uma interação de conhecimentos relacionados à estética, aos materiais restauradores e às técnicas dominadas pelos cirurgiões-dentistas e pelos laboratórios de prótese atuais.
Pensando no contexto já citado, pode-se observar que para atingir a satisfação do paciente e a aceitação do mesmo, existem diversos critérios a serem seguidos na hora da escolha da cor da resina.
Portanto, trouxemos os principais detalhes a serem levados em conta pelo profissional na hora da escolha da cor, veja:
Matiz de cores
De forma mais genérica, o matiz pode ser definido como a nossa percepção de cor dominante. Por exemplo, vermelho, branco entre outros.
Já no ramo odontológico, utilizamos a Revista de Iniciação Cientifica da Universidade Vale do Rio Verde como uma das fontes de pesquisa para a composição do nosso artigo. Com ela foi possível definir matiz como a cor base do dente, que deriva do corpo dentinário interno.
Em suma, o matiz ou tonalidade é determinado pelo comprimento de onda da luz refletida pelos dentes, ele pode ser dividido em quatro, são eles:
- A, com dominante vermelho-marrom;
- B, com dominante laranja-amarelo;
- C, com dominante verde-cinza;
- D, com dominante rosa-cinza.
Croma/saturação de cor
Já o croma se refere à determinação dos diferentes graus de saturação de um matiz.
Ele varia de acordo com a porcentagem de pigmento utilizado, ou seja, quanto maior a porcentagem de pigmento em relação a matiz, maior será sua saturação.
Em outros termos, o croma pode ser definido como a “vivacidade” da cor.
Dessa forma, dentro de um matiz existem diferentes níveis de croma.
Valor
O valor pode ser definido como luminosidade ou brilho. Em outras palavras, é a quantidade de luz refletida pelo objeto, quanto mais fluorescente, maior o valor.
Ressalta-se que por não haver uma escala em padrão logico e por ser mais perceptível para a visão humana, essa é a dimensão mais difícil de ser representada.
Iluminação
É fato que a percepção de cor dos olhos humanos mudam conforme a iluminação do ambiente.
Portanto, é melhor que durante a análise dos materiais o profissional esteja em um ambiente de luz equilibrada e controlada.
Textura
Ao observar a superfície de um dente natural será possível notar diversas irregularidades. Elas variam entre um dente e outro, tendo o poder de modificar a forma como a luz é refletida e refratada.
Conclui-se então que essas irregularidades podem interferir na forma como o paciente percebe a coloração dental, cabendo ao profissional prestar atenção ao grau de polimento dado a resina aplicada.
Translucidez
Conforme a luz interage com o esmalte, a dentina e a polpa do dente, é possível notar diferentes graus de translucidez e opacidade no dente natural.
E buscando sempre uma similaridade, o profissional deverá observar a localização do dente e a idade do paciente para identificação correta do grau de translucidez ideal para o caso a sua frente.
Escalas de cores utilizadas em Odontologia
Existe um sistema de cores chamado de Munsell que ordena as cores de forma perceptualmente uniforme, permitindo-se especificar uma determinada cor através de três dimensões.
Condizendo com o sistema supracitado, houve a criação de escalas com pequenos intervalos entre matiz, valor e croma.
A mais utilizada entre os dentistas é Escala Vita Lumim Vacuum, mas existem outras opções no mercado e o profissional pode escolher a que lhe convier.
Ressalta-se ainda que, de posse da escala de cor há algumas dicas que podem ser seguidas para melhor escolha, veja:
- Faça a escolha em luz natural;
- Escolha a cor antes do isolamento absoluto. Ou seja, escolha a cor antes do procedimento isolado absoluto, visto que, dentes isolados ficarão desidratados e consequentemente mais claros;
- Faça uma pré-seleção rápida das peças que mais se assemelham e se encaixam de forma uniforme ao sorriso do paciente;
- Posicione a peça na altura da boca e aproxime as bordas incisais de ambos os elementos. Dessa forma, você poderá observar a similaridade dos materiais;
- Aproxime as bordas laterais dos elementos para observar a coloração da face e eliminar as peças mais desiguais;
- Faça uma análise geral levando o croma em consideração.
Como é feita a seleção de cor na odontologia?
Existem dois métodos para seleção da cor da resina, são eles: subjetivo e objetivo. Listamos abaixo as características de ambos os métodos.
Dessa forma, o dentista pode optar entre um e outro, ou até combinar os dois. Confira:
Método subjetivo
Conforme o nome já dá a entender, o método subjetivo tem um caráter mais particular ao cirurgião dentista.
Isso porque a seleção da cor ocorre por uma comparação visual feita pelo profissional com o auxílio das paletas de cores.
Conclui-se que é um método mais susceptível a influências externas e totalmente dependente da percepção e expertise do profissional.
Método objetivo
Diferente do anterior, no método objetivo há o auxílio de aparelhos para realizar a leitura da cor do dente natural do paciente e, através de softwares, comparar o resultado com escalas de cores preestabelecidas.
Apesar de parecer mais preciso na descrição, não há consenso sobre tal efetividade. Portanto, fica a cargo do profissional escolher o melhor método para si e seu paciente.
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*O texto acima não foi escrito por cirurgião dentista, portanto a EAP não se responsabiliza pelas informações, uma vez que não possuem caráter científico.