Muitas vezes tratada como um risco longínquo pelos dentistas mais jovens, a síndrome do túnel do carpo é razão de mal estar, dificuldade no exercício da profissão e até aposentadoria para alguns profissionais experientes.
Dessa forma, é ideal que todos os dentistas saibam as nuances da doença, visto que, só assim poderão identifica-la, evita-la ou trata-la.
Buscando ajuda-lo no conhecimento dessa doença que é tão comum no ramo odontológico, trouxemos um artigo informativo sobre a mesma. Portanto, leia com atenção e evite problemas futuros.
O que é síndrome do túnel do carpo?
Antes de falar sobre a síndrome, precisamos conceituar a região a qual a mesma acontece.
Túnel do carpo é uma passagem por onde o nervo corre junto com tendões que vão para os dedos desde o antebraço até a palma da mão.
Este nervo percorre o túnel e além de controlar a sensibilidade da palma dos dedos da mão (exceto do dedo mínimo), também controla impulsos para os músculos que movimentam o polegar.
Definido o local, podemos passar para a doença. A síndrome do túnel do carpo é uma neuropatia, doença do nervo, que é resultado da compressão do nervo mediano no canal do carpo.
Ou seja, é uma síndrome que ocorre com a compressão do nervo dentro do túnel do carpo, estrutura localizada entre a mão e o antebraço.
Quais as causas e fatores de risco específicos para dentistas?
As causas que podem levar ao desenvolvimento da síndrome do túnel do carpo são amplas. No entanto, a causa mais comum entre os dentistas é a L.E.R, Lesão por Esforço Repetitivo.
Como o próprio nome já pressupõe, é causada por movimentos repetitivos, assim como ocorre no dia a dia do profissional odontológico, principalmente os especialistas que costumam praticar mais vezes um único tipo de procedimento.
Além da L.E.R, a síndrome do túnel do carpo pode ter causas como:
- Traumas originados quedas e fraturas;
- Inflamações, por exemplo, artrite reumatoide;
- Medicamentos;
- Aparecimento de tumores;
- Mudanças hormonais como as ocorridas na gravidez e na menopausa.
Além das possíveis origens que a síndrome do túnel do carpo pode ter, achamos importante trazer os dois principais fatores de risco presentes no dia a dia do dentista que podem aumentar as chances de desenvolvimento da doença, veja:
Movimentos repetitivos das mãos e punhos
Em geral, os dentistas passam muitas horas do seu dia realizando procedimentos cujos movimentos são similares, envolvem a mesma força e o uso de instrumentos vibratórios.
Tudo isso pode ser considerado um fator de risco para a doença.
Postura inadequada durante os procedimentos
Pode ser que durante os procedimentos, o dentista fique em uma postura inadequada. Dessa forma, há um esforço maior dos braços, mão e coluna, o que eleva consideravelmente as chances do desenvolvimento da síndrome.
Quais os sintomas da Síndrome do Túnel do Carpo?
Sem intervenção, a síndrome pode evoluir progressivamente ao longo do tempo, conduzindo para uma lesão permanente do nervo mediano.
Portanto, é de suma importância que o profissional preste atenção aos sintomas da doença, para que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível e a doença não deixe sequelas.
Para ajuda-lo na identificação, trouxemos os principais sintomas sentidos por quem desenvolve a síndrome do túnel do carpo, veja:
- Dormência ou formigamento na palma e, ou dedos das mãos;
- Dor localizada no punho ou na mão, podendo ainda ser extensiva até o cotovelo;
- Movimento de pinça débil;
- Fraqueza em uma ou ambas as mãos, inclusive com dificuldade na realização de tarefas simples, como amarrar os sapatos e fechar uma tampa;
- Desgaste do músculo sob o polegar;
- Dor e dormência nas mãos durante à noite. Principalmente quando há trabalho intensivo durante o dia.
Importante ressaltar que a síndrome do túnel do carpo é classificada em três graus. Portanto, a pessoa acometida pela doença pode não sentir todos os sintomas e deve buscar um ortopedista ou neurocirurgião, em caso dúvidas.
A importância da ergonomia no consultório odontológico
Como um dentista passa muito tempo fazendo trabalhos que demandam esforços similares, a posição correta para realizá-los pode mudar totalmente sua qualidade de vida e a longevidade de sua carreira, sendo importante melhorar a ergonomia do consultório.
Isso se justifica no fato de que posições incorretas podem sobrecarregar a musculatura, os ligamentos, os tendões e até o sistema vasculho-nervoso.
Contribuindo não só para o desenvolvimento da síndrome do túnel do carpo, como também outros problemas tão severos quanto.
Dicas para evitar a Síndrome do Túnel do Carpo sendo dentista
Buscando ajuda-lo a evitar a síndrome, trouxemos algumas dicas para serem adicionadas ao seu dia a dia de atendimentos, veja:
Adaptação de técnicas de trabalho menos lesivas
Utilize equipamentos e técnicas que sejam menos lesivas ao seu bem estar. Adote medidas como:
- Mudanças na rotina. Monte sua agenda de forma que haja uma intercalação entre os tipos de procedimentos e os intervalos necessários para recomposição física demandada por cada um;
- Troque equipamentos desconfortáveis, que tenham excesso de vibração ou demandem um maior esforço para realização de procedimentos.
Faça ginástica laboral
A ginástica laboral contribui não só para os problemas relacionados à ocupação, como também para combater o estresse do dia a dia.
Ela consiste em exercícios educativos executados no ambiente de trabalho que se feitos corretamente auxiliam no combate de uma série de problemas.
Dessa forma, é ideal que adicione esse tipo de ginástica a rotina da clínica.
Consciência postural
A dor atua como um sinal de alarme precoce para alertar de que algo não está bem com o seu corpo.
No entanto, não espere até que alguma parte do seu corpo emita esse alerta para consertar a postura utilizada rotineiramente.
É importante que antes mesmo da dor, você concerte a postura e a forma como executa os procedimentos, visto que, assim você verá uma melhora considerável na sua saúde como um todo e evitará problemas futuros.
Tratamentos para síndrome do túnel do carpo
Conforme foi dito, a doença tem três graus de classificação, o que leva a diferentes formas de tratamento para cada caso.
Em suma, se a síndrome ainda se encontra em estágio inicial, indica-se fisioterapia, imobilização e o uso de anti-inflamatórios.
Já em casos avançados, é comum que haja necessidade de cirurgia.
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*O texto acima não foi escrito por cirurgião dentista, portanto a EAP não se responsabiliza pelas informações, uma vez que não possuem caráter científico.
Fontes:
https://blog.suryadental.com.br/sindrome-do-tunel-do-carpo-7-dicas-para-evitar-a-lesao/
https://simpatio.com.br/sindrome-tunel-carpo/
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-do-tunel-do-carpo/
https://institutosalutesp.com.br/blog/mao-e-microcirurgia/sindrome-do-tunel-do-carpo-o-que-e-quais-sintomas-e-tratamentos/